Quinta obra da exposição

FICHA TÉCNICA

TÉCNICA:
Mista
DIMENSÕES:
40cm x 20cm
MATERIAIS:
Tinta acrílica sobre tela, tecido, algodão, linha de bordar, apliques.
2023

Em um mundo baseado em percepções binárias de gênero, ao reivindicar-se enquanto pessoa trans estamos sujeitas a imposições sociais para nos encaixarmos novamente em um padrão idealizado de gênero. A pressão estética que recai sobre corpos trans, faz com que vivamos constantes crises de disforia por nos vermos distantes destes ideais. O sentimento de insatisfação e rejeição do próprio corpo faz com que muitas pessoas recorram a procedimentos indevidos, na busca por se adequar a estes padrões.

Comparar a recorrência excessiva a procedimentos cirúrgicos para buscar validação enquanto pessoa cis por uma pessoa trans é como tentar corrigir uma página de um livro cujo enredo já está perfeitamente escrito. É como se alguém tentasse incessantemente editar uma história que já é completa e autêntica, buscando constantemente modificar detalhes, na esperança de se adequar a uma narrativa predefinida. Assim como um texto bem escrito não precisa de revisões excessivas, a identidade de gênero de uma pessoa trans não deveria ser submetida a uma série interminável de procedimentos cirúrgicos na busca por uma validação externa ou por se encaixar em estereótipos de gênero. A busca por conformidade excessiva pode obscurecer a verdadeira essência e a autenticidade da identidade, enquanto a aceitação e celebração da diversidade de identidades de gênero são essenciais para uma compreensão mais ampla e inclusiva da humanidade.

O desejo de mudança sobre o meu corpo parte de mim, ou de uma imposição do outro?

CONTINUAR EXPLORANDO