A imposição de preceitos binários na moda reflete uma visão limitada e restritiva, que perpetua estereótipos de gênero. Ao insistir em categorias rígidas, essa abordagem nega a diversidade e complexidade das identidades de gênero. A moda, quando adere a esses padrões, contribui para a marginalização de indivíduos que não se encaixam nesses moldes predefinidos, limitando a expressão pessoal e reforçando normas arcaicas.
O espartilho, historicamente utilizado para moldar corpos femininos conforme padrões estéticos, é um exemplo emblemático dessa imposição. Ao forçar uma silhueta "ideal", o espartilho não apenas é fisicamente desconfortável, mas também simboliza a opressão das mulheres ao longo da história. Ele representa uma tentativa de controlar e restringir o corpo feminino, subjugando a liberdade e autonomia das mulheres.
Nossa sociedade evoluiu, reconhecendo a diversidade de formas, tamanhos e identidades de gênero. A moda, como forma de expressão, deve se libertar desses preceitos binários e abraçar uma abordagem inclusiva, promovendo a aceitação e celebração da individualidade. Ao apresentar as expressões transgêneras em um espartilho não conformista, a artista busca desconstruir concepções ultrapassadas na moda promovendo reflexões acerca de uma cultura mais igualitária e respeitosa com a variedade de experiências humanas.
Você é aquilo que você veste, ou o que você veste é aquilo que você é?